ESPM 2015/1 - O PATO SOCIAL
Amigos que atuam no mercado editorial e na imprensa de Lisboa, externando com bom humor a sua indignação, argumentavam: “Queremos igualdade de condições e direitos. Se não podemos ser ‘exactos’ em nosso idioma, então vocês não podem ter um ‘pacto’, mas, sim, um pato social”.
Avicultura sociopolítica à parte, os lusos, a despeito de seus questionamentos, e os demais governos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, com exceção de Angola, já ratificaram o acordo ortográfico. O mais importante de tudo isso é entender que as mudanças que unificaram a ortografia não alteraram a gramática e a riqueza do português, com sua multiplicidade de expressões homônimas e parônimas e infinitas possibilidades sintáticas para a composição das frases e sentenças.
Ademais, o alto grau de redundância linguística de nosso idioma permite que os textos sejam lidos rapidamente e na diagonal, sem prejuízo de se assimilar a informação mínima, e também facilita o mecanismo da previsibilidade (ou seja, mesmo quando faltam letras numa palavra, o leitor consegue ler de maneira correta). Tudo isso vai a favor do consenso nacional quanto à necessidade de estimular a leitura.
Considerando a adequada e rápida adaptação do Brasil e levando-se em conta que até os portugueses já ratificaram o acordo ortográfico, são incompreensíveis as propostas que às vezes surgem no nosso Legislativo ou na retórica de pretensos estudiosos do tema, de se produzirem novas mudanças.
(Karine Pansa, Folha de SP, adaptado, 19.08.2014)
Pode-se afirmar que segundo a autora do texto:
a) a elevada redundância linguística trabalha a favor da contextualização do vocábulo.
b) a supressão de uma letra altera totalmente o significado de uma palavra.
c) o leitor possui uma capacidade limitada de previsibilidade para uma palavra.
d) a rápida adaptação do Brasil ao acordo ortográfico estimulou novas propostas pelo Legislativo.
e) novas mudanças linguísticas deveriam ser encaminhadas às autoridades para estimular a leitura no país.
RESPOSTA:
Letra A.
De acordo com o texto, a recorrência de construções redundantes favorece uma leitura mais rápida e superficial, já que facilita o processo de interpretação das palavras no texto.
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