2 - Leia o trecho a seguir: “[Há] três fontes de que o nosso sofrimento provém: o poder superior da natureza, a fragilidade de nossos próprios corpos e a inadequação das regras que procuram ajustar relacionamentos mútuos dos seres humanos na família, no Estado e na sociedade. Quanto às duas primeiras fontes, nosso julgamento não pode hesitar muito. Ele nos força a reconhecer essas fontes de sofrimento e a nos submeter ao inevitável [...] Esse reconhecimento não possui um efeito paralisador. Pelo contrário, aponta a direção para a nossa atividade. Se não podemos afastar todo o sofrimento, podemos afastar um pouco dele e mitigar outro tanto [...] Quanto à terceira fonte, a fonte social de sofrimento, nossa atitude é diferente. Não a admitimos de modo algum; não podemos perceber por que os regulamentos estabelecidos por nós mesmos não representam, ao contrário, proteção e benefício para cada um de nós.”
FREUD, Sigmund. O mal-estar na civilização e outros trabalhos. In: Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. v. XXI. Tradução de José Octávio de Aguiar Abreu. Rio de Janeiro: Imago, 1974. p.105.
A partir do trecho citado e do conteúdo desta semana redija um texto, justificando a ideia, defendida
por Freud, de que a cultura não torna os seres humanos felizes.
RESPOSTA: Em "O mal-estar da civilização", Freud deixa evidente que, laca dele, a cultura produz mal-estar na humanidade. Isso porque há uma contraposição entre a civilização e as exigências produzidas pela pulsão, já que um subverte o outro. Com isso, o indivíduo acaba abrindo mão de si mesmo e sacrificando sua essência. Entretanto, esse sacrifício acaba gerando sequelas, pois as normas morais e éticas da cultura e da civilização limitam e reprimem os comportamentos instintivos do ser humano.
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