ENEM 2020 - Sou o coração do folclore nordestino
Eu sou Mateus e Bastião do Boi-bumbá
Sou o boneco de Mestre Vitalino
Dançando uma ciranda em Itamaracá
Eu sou um verso de Carlos Pena Filho
Num frevo de Capiba
Ao som da Orquestra Armorial
Sou Capibaribe
Num livro de João Cabral
Sou mamulengo de São Bento do Una
Vindo no baque solto de maracatu
Eu sou um auto de Ariano Suassuna
No meio da Feira de Caruaru
Sou Frei Caneca do Pastoril do Faceta
Levando a flor da lira
Pra Nova Jerusalém
Sou Luiz Gonzaga
E sou do mangue também
Eu sou mameluco, sou de Casa Forte
Sou de Pernambuco, sou o Leão do Norte
LENINE; PINHEIRO, P.C. Leão do Norte. In: LENINE; SUZANO, M. Olho de peixe. São Paulo: Vetas. 1993 (fragmento).
O fragmento faz parte da canção brasileira contemporânea e celebra a cultura popular nordestina. Nele, o
artista exalta as diferentes manifestações culturais pela
a) valorização do teatro, música, artesanato, literatura,
dança, personagens históricos e artistas populares,
compondo um tecido diversificado e enriquecedor da
cultura popular como patrimônio regional e nacional.
b) identificação dos lugares pernambucanos, manifestações culturais, como o bumba meu boi, as cirandas,
os bonecos mamulengos e heróis locais, fazendo com
que essa canção se apresente como uma referência à
cultura popular nordestina.
c) exaltação das raízes populares, como a poesia, a
literatura de cordel e o frevo, misturadas ao erudito,
como a Orquestra Armorial, compondo um rico tecido
cultural, que transforma o popular em erudito.
d) caracterização das festas populares como identidade
cultural localizada e como representantes de uma
cultura que reflete valores históricos e sociais próprios
da população local.
e) apresentação do Pastoril do Faceta, do maracatu, do
bumba meu boi e dos autos como representação da
musicalidade e do teatro popular religioso, bastante
comum ao folclore brasileiro.
RESPOSTA:
Letra B.
A letra da canção Leão do Norte apresenta personagens históricos, artistas, populares e eruditos, como
João Cabral de Melo Neto, fazendo referência à cultura não só pernambucana, mas também à nordestina
e, obviamente, à brasileira. Frise-se que o poeta João
Cabral de Melo Neto, construtivista, avesso à expansão emocional, não é pertencente à cultura popular,
embora tematize cerebralmente o sertanejo, e o ser
desprovido de recursos econômicos. A sua poesia é
influenciada pela arquitetura de Le Corbusier.
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